A Paróquia de São Benedito está na lista dos pontos turísticos mais visitados de Campos do Jordão (SP). Construída na praça que leva o mesmo nome do santo, está localizada em frente ao portão principal do Parque Capivari. Mas a relação entre a igreja, o santo e o parque vai muito além da boa vizinhança e do interesse de turistas e visitantes.
São Benedito, o Negro, nasceu na Sicília em março de 1524 e morreu em Palermo em abril de 1589. Descendente de africanos escravizados na Etiópia, nasceu em uma família pobre. Aos 18 anos, decidiu consagrar-se ao serviço de Deus e, aos 21, foi morar com monges eremitas de São Francisco de Assis.
Depois de 17 anos entre os eremitas, foi designado para ser cozinheiro no Convento dos Capuchinhos. Apesar de não ter sido ordenado sacerdote, por ser analfabeto e leigo, foi eleito Superior do Mosteiro pelos irmãos da comunidade por sua piedade, sabedoria e santidade. Ao terminar o tempo determinado como Superior, reassumiu com humildade e alegria as suas atividades na cozinha do convento. Por isso, é conhecido como o santo protetor dos cozinheiros.
E é nesse ponto que as histórias do santo e do parque se cruzam novamente.
Em junho de 2019, o casal Gilberto e Elisabete Barbosa mudou-se para Campos do Jordão, depois de três anos sabáticos de descanso. “Trabalhamos durante mais de 30 anos com crepes. Fomos pioneiros no Brasil na produção e venda do crepe suíço no palito, cuja receita da massa nós criamos e mantemos até hoje. Chegamos a montar e desenvolver mais de 34 pontos de vendas de crepes no Paraná e em Santa Catarina, nosso Estado de origem. Depois de tanto trabalho, resolvemos descansar um pouco e procurar um lugar mais tranquilo para morar. Por isso, viemos para Campos do Jordão”, conta Elisabete.
Gilberto e Elisabete chegaram na cidade trazendo junto a sua creperia ambulante, um veículo adaptado para a produção e venda dos já populares crepes suíços e também os tradicionais franceses. Depois de se instalar na cidade e se adaptar ao novo lar, começaram a procurar um lugar para acomodar a creperia volante e voltar às atividades. “Porque fazer crepe está no nosso sangue e a gente queria voltar”, destacam.
Passeando pelo Parque Capivari, Elisabete olhou um espaço e disse para si mesma: é aqui que vamos ficar. No domingo seguinte, foi à paróquia de São Benedito e pediu ao protetor dos cozinheiros a bênção de conseguir aquele lugar específico para sua nova operação. Na semana posterior, fechou negócio e criou a sua nova marca, a São Benedito Crepes. “Não poderíamos dar outro nome para nosso novo negócio, pois foi graças a São Benedito que estamos no Parque Capivari hoje”, reconhece Elisabete.
Na São Benedito Crepes, todos os 75 tipos de crepes têm nomes de santos, sempre por uma razão específica. O Santo Afonso tem recheio de frango, pois o santo só comia frango em vida. O Santa Terezinha é o crepe de chocolate com morangos porque Terezinha amava chocolate e, quando criança, seu pai derretia chocolate no fogo para dar a ela com morango.
A creperia é uma das operações da vila gastronômica do Teleférico, no Parque Capivari. O contêiner onde está instalada fica exatamente no local no qual Elisabete pediu para colocar a creperia volante. “Não pude instalar o meu trailer aqui porque o projeto era de contêineres. Mas, agora, vou levar minha creperia volante para o alto do Morro do Elefante”, comemora.
Em breve, o trailer da São Benedito Crepes vai subir o morro para atender os turistas e visitantes que chegam ao Mirante do Morro do Elefante pelo Teleférico, uma das atrações do Parque Capivari e o primeiro teleférico de cadeirinhas a funcionar no Brasil.
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